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Ensaio Reticom

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sobre o Bem e o Mal

Tem momentos que o ódio me invade.
Invade mesmo, de estrangular meu coração e faz-me sentir a dor física que é tê-lo por perto, por dentro.
Tem momentos em que não o evito! Eu explodo!!
Eu choro, grito, esmurro... Faz mal, mas eu sinto! Sinto o poder e a força que ele nos permite sentir.

Sinto ódio quando as pessoas fingem que não é com elas, quando exercem funções que não querem e culpam os outros, quando empurram a vida com a barriga... Sinto ódio quando não acho A roupa em meio as várias opções do meu armário, me sinto ridiculamente pequena e fútil. Sinto ódio quando as pessoas se indignam em discursos e são passivas e omissas na prática. Sinto ódio de quem não ouve e goza ao apontar contradições alheias. Sinto ódio do espaço que a humilhação e a desgraça tem na mídia. Sinto ódio de quem ri perante a carcaça. Sinto ódio quando eu sento e choro de desespero frente ao mundo que eu não posso mudar. Sinto ódio do egoísmo nato do ser humano. Sinto ódio quando deixo este sentimento me dominar.

Respiro e deixo o ódio se acalmar. Ele não vai sumir, nunca vai mudar. Ele equilibra minha alegria para que esta não se torne insana. Ele equilibra meu amor para que este não me arrombe. Ele me alimenta de força e crença para mudanças. Ele me me limpa quando se condensa em lágrimas, som e silêncio. Ele me faz ouvir quando falo demais e me faz falar quando a injustiça se faz escutar.

Deixo os olhares que me questionam sem julgamentos me enquadrarem, me fazendo questionar qual a razão do meu odiar. Minha vida não me dá motivos a não ser para amar, mas meu olhar para o mundo me exige desequilibrar, me cobra transformações... A vida que escolhi me permite transitar, sem medo de errar, sem receio de odiar, sem arrependimento por me permitir sentir.

Dia de limpeza! Meu ódio cessa com a música...