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Ensaio Reticom

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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Maternidade é solitude

Maternidade é solitude.
Seu tempo não é seu;
Sua personalidade se perdeu
Perspectivas mundanas,
Ampliam uma realidade insana.
O presente é aberto,
impossível estar no futuro.
O sono dorme perto
Auto amar é maduro!
É altruísta, é pro outro
A resposta, não é pouco.
É um mundo de ponta cabeça,
É construir mais uma peça
É de extrema responsabilidade
E cada aprendizagem, é tatear felicidade!


Maternidade é solitude!
É ser o outro para ser você
É estar do avesso pra se conhecer
É não poder ir, é querer ficar
É estar em dois para entrar
Um motivo sem cessar.
Não tem descanso no bar
Conversa fiada pra relaxar
É ter uma vida de saudade
Lembranças numa realidade
Que sacia logo estas vontades
Pois te faz do mundo, novidade
Pras mesmas coisas,um novo olhar
Talvez esteja aí a essência do mudar,
Do transformar,
Do arriscar, criar, revolucionar!
Talvez esteja aí nossa dificuldade para amar
o que não é posse. E nem que se possa...
Eu que fiz, e não é meu.
Minha cria, pra sociedade!
Seja de deus ou seja ateu,
Que seja ser de liberdade!

Da Rosa ao Ernesto

A rosa é meu registro do divino
Marcada na mira do coração.
Ainda somos um, menino
No meu peito, teu leite em produção.

Entre tantas simbologias
Meu seio é teu colo e alimento
Ainda acredito em magia
Quando nasce amor deste sustento

Me fez integrar à natureza
Sentir em mim, de mim
Parte desta sagrada beleza

Me trouxe medos e incertezas
Relativou perspectivas, enfim
Em pequenas ações, há grandezas!

Às Veteranas do Jabaquara

Mãos que plantaram
Calejadas de pás e enxadas
Mãos que secaram
Chão, pratos e lágrimas.

Encontraram cores na velhice
Se permitiram as meninices
Da arte, da liberdade do ser
O direito e o espaço, ter!

Onde eu via janela fechada
Elas viam árvores floridas
Todas encantadas!

Onde eu via cascas de feridas
Elas mostraram, na pele sofrida,
As alegrias (p)reservadas...