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Ensaio Reticom

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Este jogo começado perdeu a graça!

Eu não tenho vontade de mudar o mundo. Esta ambição é ilusória, fantasiosa!
Eu tenho vontade de fazer com que as pessoas percebam que elas podem mudar seus próprios mundos.

Não quero impor a minha verdade, forçar aos outros o que faz bem pra mim.
Quero poder mostrar que há escolhas e que conhecer o que se gosta é mais difícil do que parece. Requer um reencontro com você mesmo neste mundo de embalagens.

Não quero ensinar o que é certo ou errado, não tenho tal competência
Quero que os jovens não percam a ousadia de errar, ainda comum quando criança.
Torço para que não percam a sensação de ser ridículo, de cair, de fazer rir... Que não se afastem deste combustível.

Não tenho competência ou poder para quebrar um sistema que acredito não funcionar
Mas como a crença é minha, farei o possível para não depender dele, ou me armar suficientemente contra ele. Sem exércitos por perto, torço para que um cada perceba o exercito que possui em si. E nada disso é pago neste sistema... a retribuição é em outro nível!

Emano para que as pessoas percebam que o Poder não está na Posse, no Ter.
O Poder real está nas escolhas, nos olhares, nas atitudes
Que o Poder é nosso todos os dias e não damos a minima quando repetimos os mesmos passos todos os dias. Nós jogamos nossos poderes fora todos os dias, e deitamos pedindo por ele todas as noites.

Não posso viver sem dinheiro e não posso contra ele
Mas aprendi que a realização pessoal, o trabalho pelo todo e a compreensão de que milagres acontecem a todos os instantes, de algum forma, aproxima esta ferramenta para que possamos continuar.

Quando aprendemos que temos nosso lugar no mundo, e que este deve ser cultivado, não precisamos mais concorrer com ninguém, por nada.

Penso agora na imensidão deste mundo, seus oceanos cheios de vida, suas florestas cheias de mistério e me percebo limitada frente ao computador, sentada em casa. Você não se pergunta onde poderia estar agora? E pergunte-se em seguida, por que não?

Que sejamos fortes para não nos escondermos nos argumentos impostos, de mentira que inventaram pra gente, desde pequeno. É tanta gente jogando o mesmo jogo que ele me parece sério demais... E não é!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

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(leia sorrindo. Você pode estar sendo observado)

Trocamos árvores por postes
Trocamos nuvens brancas por cinzas, pretas muito mais densas e com odores
Trocamos gente por máquinas, que trabalham em silêncio. Não pedem, não param, não comem.

Trocamos o azul do mar por longas manchas cinzas, pretas e materiais mais palpáveis
Trocamos terra por asfalto
Trocamos animais por embalagens
Trocamos valores (aqueles, morais) por matéria.

Transformamos qualquer coisa em comida!
Trocamos o sol por luz privada, só sua!! Branca, amarela, neon...
Trocamos mato por prédios.

Trocamos o tato, o olhar por uma quantidade considerável de petróleo transformado que vai te fazer ser quem você quiser, pra quem você quiser, em relações frias, sem dor, distantes mas tão reais... que todo mundo vai acreditar.

Transformamos sua preocupação com o outro em momentos gostosos e esquecíveis em mesas de bar
Transformamos suas crianças em seres baratos, produtivos e reprodutivos.
Transformamos o silêncio em sons fortes e diversificados.
Transformamos órgãos em tumores
Transformamos animais em brinquedos
Entretenimento em violência
Religião em guerra
Política em entretenimento, todos os dias, em sua casa.
Sentimentos por frases prontas
Relacionamentos por status sociais.
Alimentos por pílulas!
Trabalho por emprego!!
Dor por indiferença.

Pare de sofrer! Renda-se ao encantos transformadores do capitalismo moderno!
Entre em contato com SUA VIDA S/A e saiba mais!!


e amanhã...

Eu não aguento mais ver dor
Não aguento mais ver desamor
Não aguento mais a indiferença e o medo de se comprometer com a própria vida.

Não aguento mais o conformismo
Não aguento mais o egoísmo
Não aguento mais a matéria ser mais importante que a essência.

Não aguento mais guerra de egos
Não aguento mais moda de eco
Quando nosso senso deveria ser ao menos, a preservação da espécie.

Correm atrás dos próprios rabos, preservando seu volume e brilho a se destacar na multidão
Quanto mais ralé e curto o do outro, mas abanam sem noção.
Sem objetivos sentidos, não se sabe mais o que quer ou o que gosta
Frente a tantas opções ocas, desejos fictícios e necessidades inventadas e acatadas.

Objetivos sem sentido quando estabelecemos qual o valor da parcela que nos compra a vida.
E vendemos a longas prestações, para um dia, já sem vida, usar o que não terá mais importância.

Atropelamos vidas ou pagamos para usufrui-las.
A minha vida sem preço, teme um futuro sem valor.

Tudo me parece tão longe de ser justo...