Nada faz sentido quando sentamos em cima do muro
Do lado de lá, coisas que machucam, magoam, desesperam
Do lado de cá, o conhecimento, o conforto, o esquecimento.
Volto pro muro. Quero pular, tentar fazer alguma coisa...
Compartilhar a paz ou amenizar a dor, compartilhar do sofrimento e amenizar o amor
Não fico, pois meu espaço é outro
Me ralo, mas subo e me devolvo.
Acordo cedo. Escrevo, mobilizo, não consumo
Acredito que tais ações reflitam por de trás do muro.
Espio quieta o grito que não sai, a lágrima que não se forma
Engulo seco a angústia da impotência hipócrita que me transforma
Seguro o desespero em choro que se chama desabafo
Até o dia que o vômito não mais justificará o que eu faço
O rir pra não chorar me causa medo
E já riu sozinha, com o pé no desespero.
E se pulo o muro? Pulo e fico lá!
Vou avistar outros olhos quando a fome chegar
Secreções vacinadas contra sujeira, violência...
E som da TV pra se calar.
Ninguém mais ao muro... A TV mostra o mundo
Ninguém mais à frente de uma dor sem culpa
Frente às desgraças e tolerância que não muda
Não se fecha mais os olhos, se pula corpos.
Já está tudo abarrotado. Seres vivos por todos os lados
Uns pulam e se perdem, outros tentam e são mortos
Quem senta sobre o muro nem é mais observado
Já tentam levantar seus próprios tetos tortos
Já penso que este muro tá na hora de cair
Vou sozinha e faço força sem medo de insistir
O discurso que soa defende os tetos tortos
Que dependem do muro para não serem mortos.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Temo assustar o amor, de tanto medo que tenho dele...
Não é a dor do erro que me machuca
À ele eu me permito, me transformo, me moldo...
O que amargura é o feio que habita, que tem raiz
Que só se percebe quando os espinhos crescem, fortes e sadios
Quando a defesa te protege do que é belo e seu
Quando a arma aponta de volta, do mesmo jeito, assim sem querer...
Quando você não é pro outro, o todo que o outro é pra você
Quando sua falta é ausência...
Dói quando seu natural não é seu discurso ideal
Dói quando as desculpas não servem, não resolvem
Dói quando o que dói no outro vem de ti como o ar
Temo assustar o amor, de tanto medo que tenho dele...
À ele eu me permito, me transformo, me moldo...
O que amargura é o feio que habita, que tem raiz
Que só se percebe quando os espinhos crescem, fortes e sadios
Quando a defesa te protege do que é belo e seu
Quando a arma aponta de volta, do mesmo jeito, assim sem querer...
Quando você não é pro outro, o todo que o outro é pra você
Quando sua falta é ausência...
Dói quando seu natural não é seu discurso ideal
Dói quando as desculpas não servem, não resolvem
Dói quando o que dói no outro vem de ti como o ar
Temo assustar o amor, de tanto medo que tenho dele...
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