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Ensaio Reticom

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quarta-feira, 23 de abril de 2014

... sempre cessa

Minha parte que se despediu... Deixou faltando um pulso.
Minhas páginas em branco, desenham tua ausência...
Meu lápis sem impulso, e a cadeira do outro lado da mesa.
Bebo as palavras, que não querem o papel. As engulo como comprimido, comprimindo... 
Aquelas que me redimiriam, mas são as mesmas que me condenaram. 
É quase abstinência, mesmo depois da overdose.
Meu escapismo! Numa sintonia rara com o Cosmos...
Nos levavam ao mar; aos encontros com os poetas na mesa de bar,
Até Marx e Engeals, num debate interminável com o corpo a marejar
Num ying yang dançante, desequilíbrio para reequilibrar.
Transformando o contexto, num tempo a nos esperar.
Não havia relógio, não havia chuva, não havia portas que nos fizessem parar... Era sempre o todo a nos compor. Os olhos no mundo, nossa dor. Os olhos na outra, era amor.
Aceito o que não me cabe controlar
Me dói quando não me resolvo no falar
Com ciência de que nada irá voltar
Na esperança neutra de um doce olhar... ainda não hoje.

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