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Ensaio Reticom

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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

24 de outubro, 2014

Vai fazer 12 horas que este dia começou. Da última semana, foi a quarta ou quinta noite que acordo de hora em hora, e meu chamado me faz pensar nos chamados noite adentro de milhares de outras pessoas. Mães com bebês recém chegados, mães cuj@s filh@s apresentam algum tipo de problema físico, psíquico, mental ou de comportamento. Algumas mães que eu conheço... Quando levanto perto das 4h, penso n@s trabalhador@s que estão saindo de casa... Minha cabeça tenta me confortar frente à minha necessidade de estar em pé, ajudando meu filho canino a se movimentar para beber água, fazer xixi ou mesmo para andar pela casa.
Com muito sono, levantei às 08h e pouco e me apressei para o curso. Momento sagrado de me aproximar de mim mesma. Caminhei pelo parque, entre as mudas de árvores e flores, deitei sobre as raízes grossas de uma árvore velha. As lágrimas vierem como chuva... e eu pude sorrir, com a gratidão de um flor seca.
Caminhei entre as plantações, observando @s trabalhador@s da terra, e abracei uma árvore, sussurrando pela consciência destes homens sobre a sacralidade de seus trabalhos, agradecendo meu privilégio em estar lá. Minutos depois, me sentei entre as flores e conversei com Silvio, que me expressou alegria e gratidão por trabalhar naquele lugar. Lugar de silêncio, de aroma, de respiro: "É o Paraíso, sem Adão, Eva ou a Serpente", disse ele. Ri, e juntos completamos: "Ainda bem!" Falamos n@s trabalhador@s das metalúrgicas, entre outras realidades usurpadoras, e agradecemos juntos, com as mãos na terra e os olhos no céu. Voltei a caminhar, agora voltando ao curso, à dança circular. Quando meu celular me traz a informações que meu filho canino não está bem... Minha bicicleta me fez voar entre tantas cores de flores para que eu pudesse estar aqui, ao lado dele. Niná-lo, acariciá-lo e ouvi-lo chorar... A velhice desencoraja a vida, se o corpo não atende à mente.
Não posso entendê-lo mais do que leio em seus olhos... e não quero precipitar e nem prolongar qualquer tipo de dor. Num dia confuso, a alegria da não rotina, me espreme entre a angústia e a gratidão de estar onde estou, de ser quem eu sou.
Ao tempo, peço que me conduza com paciência e amor à força de ser o que devo ser, e ao olhar que me faça enxergar o que contexto me exigir.
Que assim seja, com gratidão!
 

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