Páginas

Ensaio Reticom

Ensaio Reticom

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Momento de silêncio aqui dentro é momento de caos. Caos que respiramos todos os dias e aceitamos a bagunça como consequências de uma evolução. Evolução é a palavra que conforta, que confirma que o caminho é inevitavelmente, este! Quando o caos é estabelecido, transformações são inevitáveis.
Aceitação das palavras e de atitudes não representa acato ou consentimento. Respiro em meio ao caos e concentro-me nas próximas escolhas para que este caos me afete como deve ser. Estou entre ele, estamos todos enfrentando e criando, contribuindo e desviando do caos natural e inevitável, resultado de nossa evolução.

A arte não representa, não se posiciona (mais). A arte interpreta, traduz linguagens de interesse para a continuidade da evolução capitalista. A arte que transforma não tem espaço para crescer, resultado de sua própria transformação; então segue mutilada e faltante, reticente perante constantes mudanças sem poder acompanha-las. Segue-as com os olhos tristes e percebe-se impotente.A arte sem o artista é o homem sem alma... E percebo tal ausência na apatia das pessoas que fazem o sistema acontecer. As pessoas estão apáticas! Nos ônibus, nas ruas, nos parques, nos bares...

O capitalismo estabelece um único foco, seguimos com cabresto. A igreja lapida nossa estrutura familiar para não nos dispersarmos. A TV nos conforta após nosso exaustivo dia atrás de dinheiro para o bom funcionamento social e estabilidade familiar. A TV é nosso escapismo autorizado, a informação que distrai, luxos e sangue, lixos e drinks, sempre dos outros... A vida dos outros, problemas dos outros, saúde dos outros, você para os outros!
...oferece os produtos que nos completas, nossos pedaços de bom senso embalados em pacotes criados por importantes profissionais, premiados e reconhecidos internacionalmente. A busca pelo vazio se perde entre os corredores dos supermercados, na exigência da perfeição no outro...

Trabalho, acredito e exijo uma Arte maior, a que assume a responsabilidade de transformação, de recuperação de valores, de respeito, de evolução interna, de olhos fechados, isenta de necessidades supérfluas,  alimentadas pelo ego. Sinto falta de artistas que questionem a estética, os rótulos, os bambambans da arte... Vão à MERDA!! Pois é o que falta... adubo!

Um comentário:

  1. Olhar crítico, esse que chora, lamenta, contesta... Acorda, chacoalha e se vê inerte...Estamos todos nesse maquinário, criando peças para de alguma forma nos encaixar...acabamos por inventar ou acordar um lado que exista e resista a toda esse distração! Continue sempre assim...o olhar crítico pisca, pausa, mais não se fecha jamais!!!

    ResponderExcluir