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Ensaio Reticom

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Não nascemos prontos, mas durante a vida se aprontam para que?

A desigualdade gerada pela ganância humana, numa visão global, me espanta.
O grito que mais me rasga me movimenta ao entendimento, inserção e na luta por retomada de valores, recuperação de qualquer coisa empática que possa existir no ser humano. Porque existe, eu sei que existe. Já vi, senti, presenciei, emocionei... fortaleceu!

Me emociono com pessoas que se dedicam às mudanças, ao outro, pelo direito que cada um tem de se fazer sujeito íntegro de sua própria história. E sigo na luta de me fazer inteira para poder contribuir com a integridade do outro. Vivemos em sociedade, devemos fazer isso. Aos que me estendem às mãos, me dirigem palavras construtivas, como numa cobrança oculta, me faz agir assim com àqueles que ao meu lado se manifestam. É a troca, é o compartilhar, é o crescer juntos pois vivemos juntos.

Quando a ética falta tão perto, logo aqui ao lado meu espanto é maior. Me enfraquece enxergar que o outro não tem mais qualquer significado, e o sentimento de que podemos melhorar é pisoteado por pessoas que optaram por profissões que deveriam auxiliar o desenvolvimento e a transformação humana, mas que são invadidas por sentimentos de indiferença e irresponsabilidade pelos próprios atos.

Me enfraquece ver nas ações do outro, a pobreza de alma e de intelecto protegidas por embalagens bonitas e rótulos escolhidos. Me enlouquece saber que ética, moral e qualquer coisa do gênero não pertence ao vocabulário, ao dia a dia de pessoas que assumem grandes responsabilidades sociais.

Penso em autonomia! Quão longe estamos da realidade em que cada individuo passa a ser sujeito, e é guiado pela própria consciência. Não por deus, leis, pais ou professores... Até porque estes já se mostram tão conflituosos com tais valores, que precisam de direcionamentos para saber como educar. Até deus mesmo, com inúmeros representantes em casa diferentes mas igualmente luxuosas definindo valores de cidadãos comuns. Cidadãos presos numa rotina massacrante, sobreviventes de suas faltas de escolhas e posturas, produtores de matérias supérfluas e de mais gente maquinárias. Cidadãos que escolhem suas profissões, trabalhos que exercerão para a sociedade em que vive por longos anos, com base no valor que lhe pagarão ao mês.

Quanto vale sua vida em prestações? Quanto vale sua omissão perante crianças e jovens que tomarão a direção em seu lugar? Quanto vale os dias em que se vive pro outro, pelo dinheiro que destroça a vida daqueles que você não vê? A responsabilidade de ser alguém nesta sociedade é tão grande que se escolhe ser ninguém, ser nada... mas com status refletido em carros, cargos e marcas.

Não nascemos prontos, mas durante a vida, se aprontam para que? Tento me preencher com valores tão escassos que questiono o que, como e porque me meti nesta!

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