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Ensaio Reticom

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

deus e a classe média


Na sensação de engolir culpa por ações curiosas, escolhas minhas que não podem carregar a falsa moral da ordem mundial. Moral definida por religiões esquizofrênicas, financiada por fieis apáticos, consumidores de corpos mortos, enfeitados de peles e ossos, portadores de palavras desestruturadas porém rápidas e fálicas como balas perdidas. Estas balas machucam! Mas não me pararão, pois meu caminho é interno. Meu objetivo é tirá-los de mim, impregnados como microcélulas que permeiam este mundo, pairando no ar de geração para geração, e que numa onda cagada compôs meu todo. Se são parte do meu todo, serão de minha matéria e não do que considero integridade. Partirão quando se aproximarem de orifícios que expurgam o que meu corpo rejeita e recebe o que eu aceito.
Eu não aceito ordens e regras vindo de amigo imaginário. Eu não aguento argumentos em nome deus.
Em nome de deus se justifica guerras, mortes, explorações, concentração de riquezas, fome, desequilíbrio social. Pessoas adormecem nas escadarias de catedrais esplendorosas; o Vaticano acumula uma quantidade estúpida de ouro e outros minérios; pastores exibem carros e fazendas entrando no mundo dos negócios. Política e produtos manipulam os gostares, as preferencias... Ninguém entende porque tanta violência? Ninguém entende porque tantas falcatruas e mentiras? Ninguém entende porque tanto trânsito??
Tem muita gente no mundo. Muita gente ocupada em ficar bonita e conseguir um emprego para pagar as prestações dos videogames. Muita gente feliz com a classe média crescendo... crescendo o número de consumidores=devedores do sistema. Compra, deve, o sistema funciona. Classe média é composta por aqueles que nunca vão pagar suas dívidas. Ela é o coração do capitalismo. Devedores e fieis. Consumidores e cristãos.
Cristo deve ter se arrancado da cruz ao ver as riquezas acumuladas em seu nome. Vergonha alheia!
Se Cristo voltasse morreria de fome nas escadas de uma igreja.
Se Datena existisse na época, pediria imagens ao vivo da crucificação enquanto classe média sofreria horrorizada em meio ao jantar processado, pronto pelo microondas.  


   

2 comentários:

  1. É o mundo da nossa contramão...onde a morte ficou banalizada, o amor não fica para trás, ética nem se fala...as pessoas reproduzem e são condicionadas a ideologias que nem elas sabem. estão presas em si mesmas almejando coisas que superficialmente as traduzem enquanto seres humanos. É no mínimo triste.

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  2. Tenho me apegado tanto no que há em mim, no que recebo de resposta da Natureza, do que acredito, que quando olho pro mundo me vejo perdida. Eis minhas angústias mensais.. rsrs Me sinto perdida neste mundo louco, ambicioso, onde falar de amor é piegas ou religioso; Onde o trabalho tem que gerar grana, e não prazer e resultados amplos; Onde as escolas viraram depósitos de crianças, não um ambiente motivador; animais são coisas... vidas são coisas. Olho pra dentro, onde a vida é sagrada, o trabalho é prazeroso porque é pra todos, por todos. Escolho a realidade do meu simbólico à insanidade da verdade posta à todos.

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