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Ensaio Reticom

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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A angústia faz parte da vida... como sorrir faz parte do dia, abraçar faz parte da família, perder faz parte do amor.Não é negativo refletir a angústia, ela existe. Ignorá-la seria estupidez.

Não quero tentar entende o motivo do nó, quero que ele aperte, me torça até a última gota.
Que bom que hoje chove, tímido, mas chove.

A morte chegando na minha frente... divido assim o que me esmaga no peito com a força de fora que chega no pássaro. Muitos pássaros na minha vida em um ano. Mais mortes do que vidas. Angústia e morte não deveriam insistir em serem próximas. Chego então ao que preciso escrever: Ressignificação!

Tenho me esforçado em olhar especificidades que me fazem cegas às outras riquezas. Tenho insistido em entender situações e perco momentos. Passo muito tempo escolhendo palavras e perco pensamentos.
É necessário o processo de ressignificação.
Questionar o significado das coisas que são tão importantes.
Questionar as escolhas, as ações, o tempo relativo e tao propenso às questões. Eu nunca me permiti parar de questionar, mas temo ter dado certezas demais à situações que permitem relaxamento.

O pássaro está sobre a terra, num vaso branco. Tirei-o da gaiola para que não vivesse seus últimos momentos numa prisão. O pássaro não viveu numa prisão, fora livre! Mas machucou-se e algo o priva de voar... Comeu, caiu e não voa! Está sobre a terra agora, no vaso, entre plantinhas que parecem alecrins esparramados...

Não escolho palavras e elas desatam meu nó. Estou em processo de ressignificação e mal consigo entender o real conceito desta palavra. Como ressignificar, por entre meus pensamentos estruturados pela mesma base? É difícil permitir novos significados àquilo que consumiu tempo para que fosses uma certeza. Me desapego da certeza, então. Será este o exercício? Nem tenho muita certeza de nada... mal sei qual plano seguir da minha vida. Não quero então, nem ter a certeza de ter algo que me conforte e me permita não ter certeza. Desapego? Escrevo perante a morte... que começa a empurrar, como se de dentro pra fora... A respiração parece ter pressa para que passe por todo o corpo.. que não me parece ceder.

O corpo nunca cede! Mesmo que insistamos, ele não cede.

Passo tempo demais contando o que me parece importante, o que me propuseram a jogar e perco o urso dançando...
Entra Edith Piaf... entra em meu espaço, em minhas entranhas convidadas pelos ouvidos. Que possas me elevar ao espaço novo de ressignificações!

Meu tempo nos convida a sermos perdidos em nossas vidas! Acatamos ao que nos cala as respostas ou insistimos em busca-las por entre palavras perdidas e reações assustadas.

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